Por em 10 de dezembro de 2020
Tudo o que você precisa saber sobre o Pix no varejo
Você já deve ter ouvido falar do Pix, o pagamento instantâneo brasileiro criado pelo Banco Central (BC) que funciona como uma “eletronização” do dinheiro, certo? Mas afinal, o que efetivamente é esta tecnologia e quais são as mudanças promovidas pelo Pix no varejo? É isso – e muito mais – que você vai passar a conhecer agora. Acompanhe!
O que é o Pix?
Como citamos anteriormente, o Pix é uma “eletronização” do dinheiro. Sua principal característica é que ele permite que as transações financeiras aconteçam em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.
Ou seja, não há nenhuma limitação de horário ou feriado que atrapalhe as transações feitas pelo Pix. O que já torna essa forma de movimentação financeira completamente diferente das conhecidas atualmente, como o TED e o DOC.
Para compreender o quão rápidas são feitas as transações do Pix:
- Em mais de 50% das vezes em que é utilizado, o Pix faz a transferência em até seis segundos.
- Em 99% das vezes em que é feita uma transação via Pix, ela demora até 10 segundos.
Prático, rápido e seguro, ele pode ser feito a partir de uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga.
O Pix no cenário brasileiro e mundial
Segundo dados do Banco Central, logo no dia de lançamento (16/11), o Pix somou mais de 1 milhão de transações e foi o responsável por um total de R$ 777,3 milhões movimentados. Ainda, até o dia 25/11, o Pix no Brasil já teve:
- 88 milhões e meia de chaves cadastradas, sendo que, dessas, 84 milhões das chaves são de pessoas físicas e 4 milhões de pessoas jurídicas.
- Cadastro de 36 milhões e 200 mil pessoas físicas; 2 milhões e 300 pessoas jurídicas.
- No dia 25/11, foram feitas 2.4milhões de transações, que movimentaram R$2,8 bilhões.
Atualmente, cerca de 50 países já trabalham com o Pix, sendo que ele é incrivelmente forte em locais como a China, Canadá e Índia. Ademais, os dados observados no Brasil logo após o lançamento de ferramenta, mostram que ele tem tudo para movimentar o mercado nacional e abrir portas para outros produtos bancários.
Assim sendo, o Pix, conforme conhecemos hoje, é apenas o início de diversos produtos e serviços financeiros que serão adicionados e aperfeiçoados com o passar do tempo.
Também, vale ressaltar que, no Brasil, o Pix já foi aderido por 762 organizações, dentre elas os grandes bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander) e fintechs como Nu Pagamentos (Nubank), PagSeguro, PicPay e RecargaPay.
E as empresas varejistas que não querem ficar para trás devem ficar por dentro dessas novidades e buscar instituições financeiras que ofereçam boas soluções a elas. Como a competitividade está alta – afinal, os bancos querem atrair e fidelizar seus clientes, – é hora de buscar pelas instituições que ofereçam as melhores soluções e negociar, junto a elas, para garantir essas novidades aos seus clientes.
Por que utilizar o Pix no varejo?
Agora que você compreendeu um pouco mais sobre o que é esta nova tecnologia, é hora de entender os motivos de usar o Pix no varejo. Dentre os tópicos que podemos citar, destaque para o grande potencial que o Pix tem de:
- Melhorar a experiência dos usuários quando há a necessidade de fazer transações financeiras ou receber um valor;
- Baixar o custo dos serviços bancários;
- Aumentar a segurança nas transações financeiras;
- Aumentar a eficiência e a competitividade no mercado;
- Estimular a adesão à inovação e a eletronização do mercado e pagamentos no varejo;
- Promover a inclusão e a democratização financeira;
- Preencher lacunas existentes nos pagamentos disponíveis atualmente à população, como, por exemplo, estar disponível todos os dias, o dia todo, independentemente de ser feriado ou “após o horário comercial”.
Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular, sem custos.
Conhecendo as principais características do Pix
Outro ponto importante antes de passar a utilizar o Pix no varejo é compreender algumas das suas principais características. Afinal, são elas que tornam essa inovação financeira tão valiosa para o mercado. Assim sendo, é essencial ressaltar que o Pix é:
Barato
O Pix é gratuito para pessoa física pagadora e apresenta um baixo custo para os demais casos.
Rápido
Permite que as transações sejam concluídas em poucos segundos, o que faz com que o recebedor tenha acesso à essa quantia em tempo real.
Ou seja: o varejista que implementar o Pix em seu supermercado terá uma nova forma de receber pelas compras de forma à vista.
Fácil
Fácil de usar, o Pix exige apenas que a pessoa tenha o aplicativo mobile para fazer as transferências. Não é necessário ter todos os dados do recebedor – como era o caso de transferências via TED e DOC, em que é necessário ter uma ficha completa, com nome, CPF, instituição financeira, entre outros. Com o Pix, toda essa “burocracia” deixa de existir e as transações ocorrem de forma mais agilizada, segura e prática.
Além disso, vale lembrar que as transações de pagamento utilizando cartão de débito exigem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, essas transferências podem ser iniciadas por meio do smartphone, sem a necessidade de qualquer outro instrumento.
Seguro
O Pix tem a sua segurança garantida pelas tecnologias inovadoras de autenticação do Banco Central e, por estar sob o guarda-chuva da Rede do Sistema Financeiro Nacional, tem um mecanismo seguro e robusto para garantir a integridade das transações.
Versátil
Multiproposta, pode ser usado para pagamentos independente de tipo e valor da transação, entre pessoas, empresas e governo.
Disponível
24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive feriados.
Aberto
Estrutura ampla de participação, possibilitando pagamentos entre instituições distintas.
Integrado
Informações importantes para conciliação poderão cursar junto com a ordem de pagamento, facilitando a automação de processos e a conciliação dos pagamentos.
Não há limite mínimo de valor
É possível fazer transações a partir de R$0,01 e, em geral, também não existe limite máximo de valor. Entretanto, vale lembrar que as instituições que ofertam o Pix podem estabelecer limites máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
A adesão ao Pix no varejo
As pessoas são resistentes à mudanças, mas gostam do que é mais fácil. Some a isso a importância de diversificar as formas de pagamento no seu varejo para mantê-lo mais competitivo. É neste cenário que o Pix ganha espaço.
Ele é tão fácil que, por vezes… Parece complicado! Afinal, como pode algo ser tão simples assim? Como uma transação financeira pode ocorrer de maneira tão agilizada, segura e sem taxas?
À primeira vista, isso pode assustar e, até mesmo, gerar certa resistência. Afinal, é uma grande mudança na forma de receber dinheiro e fazer transações. Porém, o esperado é que as pessoas percebam, em um curto espaço de tempo, o quão prático e seguro é o Pix.
Ainda, vale lembrar que, além de facilitar as transações financeiras, alguns dos pilares do Pix estão relacionados com a democratização e inclusão. São objetivos nobres que fazem com que essa nova tecnologia conquiste cada vez mais pessoas.
Quais os benefícios de os varejistas aderirem ao Pix?
Além de todas as vantagens já citadas acima, com destaque para a melhora da experiência do consumidor, dos custos baixos, a rapidez nas transações e o ambiente aberto – que já são realmente atraentes – ao aderir ao Pix, o varejista poderá verificar:
Pix no Varejo: redução de custos de intermediação e recebimento mais rápido
No varejo, a transação à vista é feita por cartão de débito ou dinheiro. Porém, aqui, estamos falando sobre o cartão. Nesse tipo de transação, o dinheiro sai da conta do cliente na hora do pagamento e é destinada à conta do varejista.
Essa operação é feita por empresas de pagamentos e, assim, existe um processamento de dados, o que faz com que o pagamento seja efetivado, normalmente, em dois dias úteis.
Com o Pix, essa intermediação acaba. Assim, ao receber um pagamento via Pix, o dinheiro cairá na conta na hora. Isso também influencia nas taxas cobradas pelo operador financeiro, que devem ser muito menores do que as atuais cobradas na modalidade cartão de débito.
Ou seja, o varejista reduz seus custos, recebe o dinheiro mais rápido e, ainda, melhora a sua imagem perante ao público. Afinal, mostra que está atento às novidades de mercado e em busca das melhores soluções aos seus clientes.
Para funcionar como deve, é importante ressaltar que o pagador deverá ter uma conta com um Prestador de Serviço de Pagamento (PSP), um celular e o aplicativo desse prestador instalado no aparelho.
Ah, ainda falando sobre as reduções de custos, para receber via Pix, não é necessária a utilização de máquinas de cartão, apenas um celular e o aplicativo.
Entendendo as chaves do Pix
Algo que pode causar confusão ao explicar o Pix são as chaves. Afinal, como é possível uma pessoa ter mais de uma chave? Pois bem:
Para receber dinheiro via Pix você deve criar a sua chave. Essa chave pode ser criada à partir do seu:
- CPF ou CNPJ
- Número de celular
- Chave aleatória – uma sequência alfanumérica gerada aleatoriamente que poderá ser utilizada por usuários que não queiram vincular seus dados pessoais às informações de sua conta transacional
Desses dados citados, os únicos que podem ser utilizados uma vez para a criação da chave são o CPF e o CNPJ, afinal, eles são únicos. Porém, uma pessoa pode ter diversas contas de e-mail, números de telefone e, ainda, criar algumas chaves aleatórias. Ou seja: é possível, sim, ter mais de uma chave Pix. Para isso, é só ter cuidado na hora de escolher qual chave você irá atrelar com o serviço financeiro que você mais usa.
O recomendado é atrelar o seu número de celular, CPF ou CNPJ àquela instituição financeira que você mais utiliza. Assim, o processo de transação será mais fácil.
Por exemplo: o recebedor cadastrou seu número de telefone celular para receber o crédito em determinada conta. Então, em vez de informar manualmente todos os dados, ele inclui apenas o número do telefone celular. Ao fazer um Pix, o sistema identifica as informações da conta do credor a partir dessa chave.
QR code estático X QR code dinâmico
O QR Code é o principal meio de pagamento no Pix. Funciona exatamente como um método QR Code, por um smartphone que mediará o processo lendo o código e enviando-o ao Pix. E existem duas formas de QR Code que podem ser utilizadas:
QR Code estático
O QR code estático é recomendado apenas para estabelecimentos muito pequenos, com um checkout, por exemplo. Ele reconhece o estabelecimento, mas não traz dados completos das compras. Com o QR code estático, quem coloca o valor final da compra é o próprio consumidor.
Por exemplo: o cliente foi até uma padaria que possui o QR code colado na parede. Aí, o cliente abre o aplicativo, lê o QR code e reconhece o estabelecimento. Em seguida, é papel do próprio consumidor digitar o valor da compra no aplicativo. Essa forma de pagamento é passível a erros humanos, por isso, só é recomendada para estabelecimentos pequenos.
QR code dinâmico
Recomendado para tornar o processo de transação mais profissional, com o QR Code dinâmico cada compra gera um novo código com novas informações. Ou seja, cada checkout gera uma informação distinta e cada QR code traz informações do varejista e as informações do valor a ser pago ao mesmo tempo. Isso reduz o erro humano, facilita a checagem e o controle financeiro.
Nesse sistema, não é o cliente que digita o valor. Ele aparece de forma automática e, por isso, deve estar integrado com um bom software de gestão, que automatiza o processo de reconhecimento o QR code.
Um dos grandes pontos fortes de utilizar o QR code dinâmico é que ele permite que sejam adicionadas informações adicionais nas transações, como número da nota fiscal e demais dados. Também, ele traz um campo que chama “TXID”, que é igual uma sequência única de cartão de crédito. Ou seja: é mais um ponto de checagem para ter todas as informações necessárias para controlar o seu desempenho financeiro.
Quero aderir ao Pix no varejo. O que devo fazer?
Hoje, apenas as instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central poderão liquidar transações diretamente na plataforma Pix. Porém, como já falamos, atualmente 762 instituições bancárias já fazem parte desse “time”. Assim sendo, é essencial que os varejistas integrem-se, à essas empresas.
O primeiro passo é procurar sua fornecedora do software de PDV e entender como usar o Pix em seu software. Ele atende perfeitamente e fortalece as diretrizes de um bom software de PDV, ou seja, garante mais velocidade, segurança, simplicidade e experiência.
A nossa dica é: procure saber sobre o Pix e adapte sua loja para receber essa nova forma de pagamento o quanto antes.
Lembre-se que o Brasil conta com cerca de 50 milhões de pessoas que não possuem conta em banco – ou seja, que utilizam apenas dinheiro. Em breve, essas pessoas poderão utilizar seus celulares para realizar pagamentos na sua loja.
Dica extra
Para compreender o Pix de maneira ainda mais completa, acesse o site do Banco Central do Brasil e, também, este documento completo que eles disponibilizam sobre essa nova tecnologia de pagamento.
E então, gostou de saber um pouco mais sobre o Pix no varejo? Então continue acompanhando o nosso blog e fique por dentro das novidades.
Daniela Hendler
Jornalista graduada pela PUC-PR. Analista de Marketing com foco em produção de conteúdo estratégico na Mercafacil. Tem alguma sugestão de conteúdo que gostaria de ver por aqui? Envie para [email protected]